quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Visita ao Hospital da Luz


Dia 10 de Dezembro tivemos a nossa primeira saída de campo e fomos visitar o Hospital da Luz. O hospital parecia um autêntico hotel de luxo. Tivemos alguns problemas em chegar ao piso 4, piso dos Cuidados Paliativos, uma vez que os elevadores eram um bocado complexos para nós mas conseguimos lá chegar. Fomos bastante bem recebidas pela Enfermeira Chefe Maria del Carmen Aparício que nos pôs à vontade para esclarecermos todas as nossas dúvidas. Foi uma entrevista bastante interessante que nos enriqueceu a nível de conhecimentos e nos deu uma nova perspectiva. Seguiu-se uma visita guiada ao serviço. O serviço tem excelentes condições ainda melhores do que aquilo que imaginávamos. No entanto não nos foi permitido visitar doentes nem tirar fotografias o que é compreensível. Visitamos as salas lúdicas, um quarto individual, um quarto de isolamento, o refeitório, a sala de enfermagem e uma sala onde eram guardados diversos equipamentos como uma banheira móvel que tornava mais fácil o banho dos doentes que não se conseguiam levantar. Por fim deu-nos alguns conselhos para a nossa clínica de Cuidados Continuados.  
“Nós aqui não ajudamos as pessoas a morrer muito pelo contrário nós ajudamo-las a viver com dignidade.” Enfermeira Maria Aparício

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

António Feio



" Há meses atrás, no final de 2009, numa altura em que surgiram dores e desconforto, pediram-me que conversasse com o António para ver como o podia ajudar. Sabia que se tratava de uma doença incurável, que era importante ajudá-lo a ter qualidade de vida, a não estar em sofrimento, enfim, a viver intensamente. É isso que fazem os Cuidados Paliativos, muito antes de qualquer pessoa doente vir a falecer, e muito longe da ideia de que «não há nada a fazer» quando alguém não se cura. Foi isso que expliquei inicialmente ao António, tentando perceber o que era para ele central nos seus planos, o podia ou não ser concretizado e o que mais o preocupava. Falámos de muita coisa, nessa altura com uma preocupação especial em que ele se mantivesse em condições de trabalhar e que pudesse conduzir o seu querido Porsche! Isso foi garantido através de medicação, e através dos resultados o António viu bem que a morfina e os seus derivados quando bem usados, ajudam os doentes a ter qualidade e normalidade de vida, não são “drogas”, nem apressam a morte. Para ele era fundamental, foi-o até ao fim, que não estivesse em sofrimento, sobretudo físico. Essa garantia foi-lhe dada e felizmente pôde ter acesso aos meios que a medicina tem hoje, os Cuidados Paliativos, para que nenhum doente esteja em sofrimento intolerável.
            O António não viveu esses tempos como refém da doença, e «apesar da doença», deu exemplo de que era muito mais do que as limitações que ela lhe ia progressivamente impondo.”

Escrito pela Dra. Isabel Galriça Neto que é presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos e directora da área de Cuidados Paliativos do Hospital da Luz.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Curiosidades...

Testamento vital em Portugal
      O testamento vital é a directiva antecipada de vontade que uma pessoa gozando de todas as suas capacidades expressa a sua vontade relativamente àquilo que espera que lhe façam, ou não, em caso de perda dessas capacidades. 
     Nos Cuidados Paliativos este documento desempenha um papel muito importante, pois ajudará os profissionais de saúde se necessário a tomar uma decisão no que diz respeito à saúde de um doente consoante a sua vontade.
     Actualmente, o Parlamento está a preparar-se para debater os três projectos de lei para o testamento vital, um dos quais proposto pelo CDS.
     Segundo o jornal Público o projecto de lei do CDS especifica que neste documento deve constar a vontade do doente de não ser submetido a tratamento e de não querer receber informação sobre o seu estado de saúde em prognóstico fatal. O projecto estipula um prazo de três anos para o documento e este deverá ser renovado através de uma declaração. Segundo o projecto do CDS o testamento vital deverá ser elaborado com a participação de um médico, eventualmente em conjunto com outros profissionais.
   

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Cuidados Paliativos: Uma Alternativa à Eutanásia

A tendência para recorrer à eutanásia está a ganhar terreno, no entanto, este recurso fará com que os médicos não se empenhem tanto na medicina paliativa.
Caminhamos nitidamente para uma cultura da morte, porém isto só sucede porque não são facultados aos doentes os cuidados oportunos. Qualquer pessoa recusaria a ideia de eutanásia se dispusesse de alternativas ao seu sofrimento e os cuidados paliativos podem ser a alternativa. Isto porque, a paliação pode proporcionar ao doente uma ajuda eficaz contra a dor e um conveniente suporte psicológico que faria com que nenhum doente encarasse a morte como única opção.
Segundo Herbert Hendin, catedrático de psiquiatria de Nova York, “ a eutanásia identifica o médico com a morte, porque é o médico e, não a doença, que determina quando deve morrer o doente. Os médicos evitam os doentes terminais, mas a sua obrigação é permanecer junto deles, tratando-os quando não os podem curar (…). Se os médicos conhecessem melhor a medicina paliativa haveria menos casos de eutanásia. Quando alguém sabe que a sua doença é incurável, sente medo da dor. Por esse motivo o doente opta pela eutanásia, porque desconhece que os cuidados paliativos podem reduzir a dor e dar apoio e estabilidade ao doente.”
“Viver com a consciência certa de uma morte próxima é essencial para viver os últimos momentos da existência de uma maneira digna e plena”. (Oskar Mittag).

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

"Cuidados Paliativos - Testemunhos"

“Cuidados Paliativos – Testemunhos” de Isabel Galriça Neto foi apresentado no dia 8 de Outubro na Livraria Alêthea, em Lisboa. A autora, licenciada em medicina e com um mestrado em Cuidados Paliativos, é deputada do CDS-PP e Presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos.
“Este livro surgiu de vivências pessoais e contacto com outros profissionais. Não é só de pessoas de quem cuidei ou com quem estive mais directamente ligada” esclarece a autora.
A deputada revela ainda que um dos percursos que mais a marcaram foi o de António Feio, que participou também no livro. “ O testemunho dele foi para nos dizer que mesmo doente não deixou de apreciar a vida e esteve em condições para o fazer. Ele próprio dizia que não estava com dores e teve um fim de vida muito intenso”
O seu avô morreu com um cancro há 14 anos e o seu pai foi vítima de Alzheimer há 6 anos. Casos que acompanhou de perto e que lhe serviram para o resto da vida: «Essas alturas foram decisivas para enveredar pelo que faço hoje.»



quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Vida, Morte e Cuidados Paliativos

    
Como morremos nos dias que correm é um dos temas mais difíceis, mas também um dos mais importantes.
O tema da intervenção da Dra. Isabel Galriça Neto foi claro: durante muitos anos, alguns médicos abandonaram pacientes que estavam a morrer; e a aproximação da morte era vista como um fracasso. Mas, insistiu ela, todos nós vamos morrer, e esta é uma fase da nossa vida, nem mais nem menos. Pacientes que estão a morrer precisam de cuidados como qualquer outro paciente, e mais do que qualquer outra coisa, precisam de ser acompanhados, não abandonados.
Este tema é um daqueles que despertam paixões, que envolve toda a gente, que toca profundamente a nossa fé e as nossas ideias.  Não há soluções simples. Mas, das duas pessoas próximas que faleceram e das pessoas à volta delas, aprendi uma coisa; a maneira como entramos neste mundo e a maneira como partimos diz muita coisa sobre a nossa cultura.
 
Embaixador Luso-Britânico, Jornal Expresso ( 14 Maio de 2010)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Introduçao aos Cuidados Paliativos

       Os cuidados paliativos definem-se como uma resposta activa aos problemas decorrentes da doença prolongada, incurável e progressiva, na tentativa de prevenir o sofrimento que ela gera e de proporcionar a máxima qualidade de vida possível a estes doentes e suas famílias. São cuidados de saúde activos, rigorosos, que combinam ciência e humanismo.
       No nosso país podemos dizer que os serviços qualificados e devidamente organizados são escassos e insuficientes para as necessidades detectadas – basta lembrar que o cancro é a segunda causa de morte em Portugal, com uma clara tendência a aumentar. Como tal, não são apenas os doentes de cancro avançado que carecem destes cuidados: os doentes de SIDA em estado avançado, os doentes com as chamadas insuficiências de órgãos avançadas (cardíaca, respiratória, hepática, respiratória, renal), os doentes com doenças neurológicas degenerativas e graves, os doentes com demências em estado muito avançado. E não são apenas os idosos que carecem destes cuidados – o problema da doença terminal atravessa todas as faixas etárias, incluindo a infância. Estamos, por isso, a falar de um grupo vastíssimo de pessoas – dezenas de milhar, seguramente, e de um problema que atinge praticamente todas as famílias portuguesas.
      

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Apresentação do grupo

Olá visitantes,

Nos somos alunos do 12ºano de Ciências e Tecnologias do Colegio de Sao Miguel. No âmbito da disciplina de Área de Projecto vamos desenvolver um projecto sobre os Cuidados Paliativos.